Semana passada falamos de um caminhão construído para andar totalmente debaixo d’água, o Reo M34. E naquela ocasião citamos o Bedford Giraffe como um dos precursores desse tipo de veículo em uso militar, sendo um caminhão com cabine elevada capaz de transpor rios e lagos.
Estamos se referindo do Bedford QL, um modelo de caminhão para uso militar construído pela montadora britânica a partir de 1941, sendo o primeiro modelo da marca com tração 4X4. Além disso, foi também o primeiro caminhão com cabine frontal, já que os antecessores OX e OY eram com capô e motor à frente da cabine.
Falando em motorização, o modelo QL tinha um motor a gasolina de 3,5 litros, 6 cilindros e 72 cv de potência, o que permitia transportar 11 soldados ou 3 toneladas de carga. Fez tanto sucesso no exército britânico, que em 1945 foram construídas mais de 50 mil unidades, de diversas variantes e finalidades: cavalo mecânico, furgão, tanque, bombeiros, basculante, entre outros que o modelo permitia a operação.
Um dos modelos, construído como protótipo, foi o Bedford Giraffe, uma variante do QL com cabine elevada por uma estrutura de mais de dois metros e que tinha por objetivo passar pela água sem danos ou problemas. O caminhão foi totalmente desmontado e remontado alterando a posição da cabine, do motor e da caixa de transmissão do motor para que o mesmo não fosse inundado. Como falamos, era um motor a gasolina, que tolera muito menos o contato com a água do que os motores a diesel. A construção era complicada. O sistema de transmissão utilizava correntes, pois era mais resistente na água.
Infelizmente ao que tudo indica o Bedford Giraffe ficou apenas como protótipo, sem uma certeza de quantas unidades foram construídas. Alguns anos depois surgiram novos projetos de caminhões anfíbios, que tornaram o Giraffe uma ideia ultrapassada.
Um outro exemplo de caminhão que teve cabine elevada, mas não para transpassar rios e sim por uma questão de acomodar o novo sistema de direção composto por rodados duplos na dianteira, foi o Kenworth da transportadora Gallagher, que já apareceu por aqui em um artigo de meados de janeiro.
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