Tragédia na Estrutural: O Trágico Assassinato de Rafaela Marinho

A Notícia que Gelou a Tarde

Vizinhos se aglomeram em frente à residência onde ocorreu o crime na Quadra 8, do Setor Oeste da Cidade Estrutural – (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

Uma tarde aparentemente comum na Quadra 8 do Setor Oeste da Estrutural foi subitamente interrompida por uma notícia aterradora. Uma mulher, em estado de desespero, abriu o portão da casa de uma vizinha anunciando a tragédia: ‘Mataram a Rafaela. O Corpo de Bombeiros está lá.’ Em poucos minutos, a notícia se espalhou pela vizinhança e os moradores começaram a se aglomerar em frente à casa cercada por muros verdes, onde o corpo de Rafaela Marinho, de apenas 7 anos, foi encontrado.

Rafaela, uma menina descrita por familiares como extrovertida e amorosa, não residia naquela casa. Estava ali apenas temporariamente, na casa do pai, Ivanei Matos, onde passaria o restante do ano letivo, antes de se mudar para Goiás com a mãe, Fabiana Marinho. O plano era simples e seguro até então: Rafaela passaria o tempo com o pai durante a semana e seria buscada pela mãe nos fins de semana.

Confissão Fria e Cruel

A confissão de Iraci Bezerra dos Santos Cruz, 43, deixou todos estupefatos. A mulher, que mantinha um relacionamento com o pai de Rafaela, confessou o crime com uma frieza assustadora. Em seu depoimento à polícia, Iraci alegou que o assassinato não foi premeditado, mas sim fruto de ciúmes, uso de drogas e consumo de álcool. Ela descreveu os atos de violência com a normalidade de quem narra um episódio cotidiano, negando qualquer intenção prévia de matar a criança.

Iraci relatou que na noite anterior ao crime, consumiu drogas e álcool até a madrugada, e justificou seu ato como uma ‘vontade repentina’. No dia fatídico, após o pai de Rafaela sair para trabalhar, ela tentou dopar a menina e a asfixiou, antes de se entregar à polícia com a afirmação: ‘Agora vou pagar pelo o que fiz.’

A Última Conversa e a Dor da Mãe

Para Fabiana Marinho, a dor da perda veio acompanhada da culpa e da impotência. A última conversa com a filha ocorreu dois dias antes do crime, quando combinou de buscar a menina para passar o feriado. Sem o dinheiro para o transporte, Fabiana prometeu buscar Rafaela na sexta-feira, dia 21. Foi nesse dia que, por telefone, recebeu a notícia devastadora de que sua filha havia sido assassinada.

Em desespero, Fabiana lembrou dos pedidos para que o ex-marido fosse cuidadoso com seus relacionamentos e o quanto temia pela segurança da filha. Apesar de Rafaela nunca ter relatado maus-tratos graves, a menina já havia demonstrado desconforto em ficar na casa do pai.

A Fuga do Passado de Iraci

A investigação policial trouxe à tona um passado obscuro de Iraci Bezerra. Foragida da Justiça do Pará, ela era procurada pelo assassinato do marido, com quem teve quatro filhos. Após o crime no estado nordestino, fugiu para Brasília, onde conheceu Ivanei Matos e, eventualmente, se apossou da casa dele, impondo suas regras de forma autoritária.

A frieza com que Iraci lidava com sua história e as pessoas ao seu redor surpreendeu até mesmo os investigadores. Relatos de moradores da Estrutural sobre o comportamento agressivo e controlador da mulher só reforçaram a imagem de uma pessoa perigosa e calculista.

Clamor por Justiça e Consequências Legais

O assassinato de Rafaela gerou uma onda de indignação entre os moradores da Estrutural. Amparada por amigos e familiares, Fabiana clamou por justiça, enquanto Ivanei, em choque, mal conseguia acreditar no que havia acontecido. A comunidade, tomada pela raiva, expressou sua revolta com manifestações em frente à casa de Iraci.

Iraci Bezerra enfrentará a justiça por feminicídio, com agravantes de crime contra menor de 14 anos, meio cruel e motivo fútil. A aplicação da Lei Henry Borel e sua condição de madrasta da vítima podem resultar em uma pena de até 40 anos de prisão.

‘O que vai ser de mim agora, meu Deus. Minha filha era tão amorosa.’ – Fabiana Marinho, mãe de Rafaela.

Fonte: correiobraziliense.com.br

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