Rodas de conversa evidenciam protagonismo de pessoas trans e PCD

Rodas de conversa evidenciam protagonismo de pessoas trans e PCD

 

Foto: : Cortesia

 

Fazendo jus à programação plural e diversa da 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, o projeto EMDIVERSÃO – Empreendedorismo, Diversidade e Inclusão levará para as salas Pitanga e Siriguela, nesta terça-feira (15) e na quinta-feira (17), histórias de quem vence as dificuldades e os preconceitos para fazer a diferença e mudar a cidade, o Estado, o País e, se possível, o mundo.

As discussões serão lideradas por Pessoas com Deficiência (PCD) e também pessoas trans, que compartilharão vivências nas duas rodas de conversa. A ideia é desconstruir ideias capacitistas e mostrar o quanto essas pessoas, que muitas vezes vivem à margem da sociedade, protagonizam as próprias histórias e se destacam no mercado de trabalho, em suas respectivas áreas.

Nesta terça, das 10h às 12h, o público poderá conhecer um pouco mais das lutas e conquistas de Eduarda Lemos, pessoa com paralisia cerebral que atua como fisioterapeuta dermatofuncional; além de Olga Aureliano, pessoa surda que atua com fotografia, produção e mediação em atividades artísticas e culturais; e Matheus Victor, pessoa surda, estudante de Letras-Libras e é vice-presidente da Associação dos Surdos de Alagoas.

Segundo Milka Freitas, especialista em educação em sexualidade, psicóloga, empreendedora de impacto social e coordenadora do projeto EMDIVERSÃO, o papel da iniciativa é simplesmente fomentar o protagonismo das pessoas com deficiência e trans, sendo um divisor de águas na história e na vida dessas pessoas.

“Queremos que as pessoas entendam que quando falamos de diversidade, estamos falando de pessoas e suas identidades, suas referências, suas especificidades e quando falamos de inclusão é para que deixe de existir a exclusão e a gente caminhe para uma sociedade com equidade”, defende Milka Freitas.

Para Olga Aureliano, a roda de conversa servirá para sensibilizar as pessoas sobre a desigualdade no empreendedorismo no mercado de trabalho dentro de Alagoas. De acordo com ela, ainda falta muita empatia e equidade no campo de trabalho no âmbito geral.

“Meu sentimento é de gratidão pela oportunidade de estar na Bienal, em uma mesa, como uma pessoa com deficiência e profissional. É necessário conquistar um protagonismo importante e crescente, provocar o público para mostrar que as pessoas com deficiência, trans e travestis são capazes de exercer funções de trabalho na sociedade em que vivemos, que elas têm condições de colaborar com as suas funções de maneira responsável e respeitosa”, disse ela.

Já na quinta-feira (17), na sala Siriguela, será possível ouvir as vivências de Cauê Assis, psicólogo, poeta, homem trans e especialista em Diversidade, Equidade e Inclusão; e de Ísis Florescer, mulher trans, atriz formada pela Ufal e escritora do livro “Segunda Pele”.

Ísis Florescer afirma que é imprescindível que num evento literário a pauta da diversidade e inclusão seja abordada, pois é fundamental dar voz e representatividade para os artistas e criadores que fazem arte através de suas vivências como forma de expressar e comunicar o que sentem.

“Será, sem dúvida alguma, uma boa conversa sobre identidade, literatura, política, resistências e transvivências. Por ser a primeira vez da minha participação na Bienal do Livro dá um misto de nervosismo, alegria, excitação e uma grande satisfação em fazer parte desse evento”, contou Ísis.

Além de estar na roda de conversas do dia 17, a escritora também estará com seu livro “Segunda Pele” sendo vendido no espaço da Secretaria de Estado da Cultura e Economia criativa, no stand da Biblioteca Pública Graciliano Ramos. No sábado (19), haverá uma noite de autógrafos da primeira obra da autora, que é a primeira mulher trans a publicar um livro em Alagoas.

O EVENTO

A 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas começou no dia 11 e se estenderá até o próximo dia 20, das 10h às 22h, no Centro de Convenções Ruth Cardoso, em Jaraguá. O evento é uma correalização da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e do Governo de Alagoas, com patrocínio do Sebrae e apoio da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes).

Sob a coordenação da professora Sheila Maluf, o evento tem ainda apoio da Natura e do Instituto Natura, Hotel Ponta Verde, Empresa Júnior de Arquitetura e Engenharia Civil (Ejec) e outras instituições.

A expectativa da organização do evento é receber um público estimado de 400 mil visitantes durante os 10 dias de duração.

*Sob supervisão da editoria de Cultura

FONTE e Artigo Original Clica Aquí No d.gazetadealagoas.com.br

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