Motores Caterpillar continuam fazendo sucesso mesmo 12 anos após deixarem de ser fabricados

Blocos enormes, pintados de amarelo, com alta potência e torque, fama de indestrutíveis e um ronco inconfundível movem milhares de caminhões no mundo inteiro. A Caterpillar parou de fabricar motores rodoviários no último dia de 2009, mas a fama dos motores da marca continua.

A Caterpillar começou a fornecer motores para caminhões na década de 1960, para a Ford Trucks nos Estados Unidos. Os motores da série 1100 tinham 220 cavalos de potência, e equiparam mais de 160 mil caminhões Ford em poucos anos. Com isso, se estabeleceu o nome Caterpillar, que deixou de significar apenas máquinas da linha amarela para se transformar em uma das melhores fornecedoras de motores do mundo.

A empresa continuou firme no negócio, mas, ao longo dos anos, começaram a ser criadas novas regulamentações de emissões. Até 2004, a Caterpillar conseguiu seguir os protocolos exigidos, mas depois disso, ficou muito caro seguir nesse segmento.

Em parte, pelo fato de a maioria das montadoras norte-americana, principal mercado da Caterpillar, passarem a usar motores próprios em seus caminhões. Volvo e Mack passaram a receber motores Volvo de série, com modelos Cummins e Caterpillar se tornando opcionais. O mesmo com a Kenworth e Peterbilt, com motores Paccar, e Freightliner, que adquiriu a Detroit Diesel e preferiu essa marca para os modelos produzidos por ela.

A receita de vendas da Caterpillar com motores nunca foi expressiva dentro do negócio, e, apesar das grandes vendas, nunca chegou a representar nem 10% do faturamento total. Ainda assim, era uma das áreas que mais exigia investimentos, para atender as novas regras de emissões, o que se tornou inviável.

O anúncio foi feito em 2008. A montadora iria produzir motores com especificações de 2007 até o último dia de 2009. Em janeiro de 2010, entrariam em vigor novas regulamentações de emissões, e a empresa não tinha interesse em cumpri-las.

A Caterpillar até tentou seguir nesse negócio, com uma tecnologia chamada de ACERT, significando Tecnologia Avançada de Redução de Emissões de Combustão, que não usava EGR, de recirculação de gases do escapamento, ou SCR, com injeção de Arla32 no catalisador, mas o sistema não chegava ao limite mínimo exigido para cumprir as regulamentações.

Com isso, chegou ao fim a história da Caterpillar no segmento de motores para caminhões rodoviários, mas isso não tirou esses brutos da estrada. Os motores Caterpillar se tornaram objeto de desejo dos caminhoneiros norte americanos, especialmente a versão 3406.

Esses motores surgiram em 1970 mais ou menos, com 14,6 litros de cilindrada, e seis cilindros, com potência máxima acima de 600 cavalos. A produção seguiu até 1999, com várias versões e especificações, mas mantendo a receita da durabilidade e alta potência.

Em 2000 chegaram os C-15 e C-16, que foram produzidos até 2010. O C-15 era muito semelhante ao 3406, e o C-16 tinha um curso dos pistões mais longo, aumentando o torque.

A linha 3406 foi a mais bem-sucedida da Caterpillar, com 575 mil unidades produzidas. Pode-se dizer que praticamente a maioria ainda segue funcionando. Esses motores tem sido muito usados para equiparem Glider Kits, caminhões novos, comprados sem motor, câmbio e diferencial, ou modelos usados, transformados em algumas empresas especializadas, onde toda a “tralha” tecnológica é removida, e os motores mais tradicionais, sem controle de emissões, são instalados no lugar.

No Brasil

Um dos caminhões vendidos oficialmente no Brasil equipado com motores Caterpillar foi o GMC. Os modelos 12-170, 14-190 e 16-220 eram equipados com motores Caterpillar 3116, vendidos entre 1996 e 2002. Esse motor já tinha mais tecnologia e eletrônica, e acabou não tendo uma reputação tão boa por aqui.

Por Blog do Caminhoneiro

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