Caminhoneiro que causou destruição em Curitiba vai a julgamento

Há pouco mais de um ano, um caminhão dirigido de forma totalmente imprudente entre as cidades de Ponta Grossa e Curitiba, no Paraná, causou muita destruição e deixou três pessoas feridas. O motorista, Nilson Pedro Dos Santos, de 36 anos, havia bebido e usado drogas, como cocaína, antes de pegar o volante. O motorista está preso desde 14 de janeiro do ano passado, quando o caso ocorreu. Nesta semana, acontece a primeira audiência, com a Justiça do Paraná ouvindo testemunhas dos acidentes.

Após ser preso, o motorista passou a responder por crimes como tentativa de homicídio e dirigir, em alta velocidade, com capacidade psicomotora alterada por consumo de álcool e cocaína.

O caminhão em que ele estava percorreu 140 quilômetros, causando seis acidentes na rodovia BR-277, além de outros doze em Curitiba.

O caminhoneiro confessou o uso de drogas e disse que estava há três dias sem dormir. Além dos acidentes, o motorista rodou em alta velocidade, chegando aos 105 km/h com o caminhão. Em alguns trechos urbanos, a velocidade do caminhão estava 90% acima da permitida.

Entenda o caso

No sábado, 14 de janeiro de 2023, um caminhão em alta velocidade causou destruição no trajeto entre Ponta Grossa e Curitiba, no Paraná. No volante estava Nilson Pedro dos Santos, na época com 35 anos, motorista terceirizado da empresa Rododrive, que presta serviços à cervejaria Heineken.

Em surto, ele dirigiu como se estivesse sendo perseguido, e atingiu pelo menos dezoito veículos no trajeto que liga as duas cidades, sendo seis na rodovia e mais doze na capital paranaense. Três pessoas ficaram feridas.

De acordo com a polícia, o caminhoneiro disse que estava há três dias sem dormir, tomando rebites para se manter acordado, mas não foi descartada a utilização de outras drogas, possivelmente cocaína, além de ser constatado o uso de álcool.

Após ser preso na cidade de Curitiba, o caminhoneiro foi autuado por homicídio tentado, dirigir sob efeito de substância entorpecente, direção perigosa e omissão de socorro. Devido à natureza dos crimes, não há direito à fiança.

Em entrevista, o caminhoneiro disse que estava sob influência de drogas para conseguir entregar a carga, que era horária, e também afirmou que o uso de drogas por caminhoneiros é “uma doença crônica”.

“Diz que tinha dois rapazes em cima do caminhão lá, e ali pela carga horária, já tinha usado algumas substâncias. O que eu posso dizer é assim. Nada que eu vou falar que vai, vai, vai trazer, vai fazer com que as famílias acreditem em mim né, nada que eu possa dizer que vai fazer isso, mas eu peço perdão para todas as famílias que estejam envolvido ali e eles não sabe que isso é uma doença crônica que existe no mundo do caminhoneiro. Eu posso está sendo o primeiro, eu posso está sendo o último. Isso aí vai sempre vai existir”, disse o caminhoneiro.

Empresas envolvidas publicam nota

As duas empresas responsáveis pelo caminhão e pela carga transportada publicaram notas lamentando o ocorrido e se colocando à disposição para tomar as medidas cabíveis.

A Heineken publicou:

“Lamentamos profundamente o ocorrido e nossa principal preocupação é com as pessoas que foram atingidas de alguma forma. A carga estava sendo transportada por uma empresa que nos presta serviços logísticos pontuais na região e, assim que tomamos conhecimento do caso, buscamos informações sobre o estado de saúde das vítimas que, felizmente, estão seguras e sem ferimentos graves. Neste momento, estamos dedicados a acompanhar a apuração da situação para tomar as medidas cabíveis”.

Já a transportadora Rododrive, de Arapongas, no Norte do Paraná, informou que o caminhão e o caminhoneiro são prestadores de serviço terceirizados, e que também está tomando as medidas necessárias:

“A empresa Rododrive em atenção ao acidente ocorrido no último sábado, dia 14/01, vem manifestar seu profundo respeito quanto ao indesejável acontecimento que provocou danos diversos a pessoas e bens, e esclarece que o fato foi provocado por prestador de serviço terceiro, utilizando-se de veículo igualmente contratado de terceiro. Não obstante, a Rododrive observando suas políticas de compliance informa que já instaurou sindicância que está em curso para apuração dos fatos visando a elucidar todo o ocorrido. Também colocou seu canal de comunicação para atendimento de todos que infelizmente foram ofendidos pela conduta inadequada e isolada do motorista que provocou todo o infeliz ocorrido. Infelizmente estamos sujeitos a riscos iminentes, quando apenas uma personalidade toma decisão de agir de maneira relevante e negativa. A Rododrive, desde o primeiro momento em que tomou conhecimento dos fatos, agiu com seu corpo administrativo e jurídico, para minimizar os danos e seus efeitos, colaborando com as autoridades de trânsito, e buscando evitar outros danos diretos ou indiretos a terceiros. Nesse sentido a Rododrive se coloca à disposição e espera contribuir para uma solução rápida, adequada e eficiente de modo superar a situação ocorrida. A Rododrive reafirma seu legítimo compromisso de atuar de modo ostensivo para que este fato isolado seja superado”.

Segue preso desde o acidente

Em decisão do juiz Tiago Flôres de Carvalho da Justiça do Paraná, a prisão em flagrante do caminhoneiro foi convertida em prisão preventiva, logo após o acidente. A alteração do regime foi feito a pedido do Ministério Público do Paraná. Com isso, o caminhoneiro está preso desde o dia 14 de janeiro de 2023.

FONTE e Artigo Original Clica Aquí No blogdocaminhoneiro.com

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

ROLE PARA CIMA