Há tempos publicamos um artigo sobre o Fageol Cargo Liner, um projeto da década de 1950 que tinha rodado duplo na dianteira. A verdade é que existiram outros caminhões com pneus duplos na frente, criados mais ou menos na mesma época. E o artigo da vez trata de outro desses caminhões, um Kenworth modificado pela transportadora Gallagher, de Denver. Porém, com uma diferença: enquanto o Fageol tinha um esquisito eixo rígido que girava totalmente para direcionar o veículo, o caminhão da Gallagher tinha uma direção tradicional, com pneus esterçando normalmente.
A ideia de fazer essa adaptação partiu do fato de que havia muito peso sobre o eixo dianteiro, isso porque esses caminhões geralmente eram equipados com dormitórios adaptados atrás das cabines, em cima ou em um espaço minúsculo na região do eixo dianteiro e motor (em breve escreverei um artigo sobre isso). Essas adaptações geralmente causavam ganho de peso e consequentemente excesso no eixo dianteiro.
A solução então foi colocar um eixo com rodado duplo na dianteira, que geralmente tinha carga permitida de umas 10 toneladas. Por outro lado, havia o problema da suspensão, que por haver menos espaço, necessitava ser totalmente retrabalhada, aumentando a altura da cabine. O recurso utilizado foi inspirado no trem de pouso de aviões, que em vez do eixo clássico, foi utilizado um tubo acima das rodas, do qual saiam dois amortecedores montados nos rodados duplos. A cabine chegava a ter quatro metros de altura!
Os relatos apontam que apesar de parecer instável, o Kenworth ia muito bem nas estradas, principalmente nas curvas. O problema estava na altura ao passar sob pontes, pois o motorista ficava muito alto e em caso de acidente desse tipo as consequências seriam bem graves.
Com o ganho de peso no eixo dianteiro, também havia o ganho de carga a ser transportada. Porém, apenas um exemplar foi usado pela Gallagher, apesar de não saber os reais motivos para o projeto não ter seguido em frente. Presume-se que era muito caro e complicado de modificar e manter posteriormente.
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